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Com muito espírito de equipe, brasileiros superam dia mais difícil do Rally Dakar

Posted by on 14/01/2019

Por Bruno Vicaria/Vipcomm

Segunda metade do maior rali do mundo têm dia desafiador, mas turma do Brasil não se deixa ficar na mão: Bruno Varela e Maykel Justo viram “heróis”, salvam Lincoln Berrocal com gasolina, ajudam a desatolar UTV de Cristian Baumgart/Beco Andreotti e todos completam a sexta etapa. Os organizadores do Rally Dakar prometeram um rali difícil e neste domingo essa promessa foi mais que cumprida: a sexta etapa, com mais de 800 quilômetros de extensão, deixou muita gente pelo caminho, mas os brasileiros deram um exemplo: se não fosse um deles, outros dois provavelmente teriam deixado a competição.

Muitas dunas e waypoints complicados, no topo das montanhas de areias mais altas, se mostraram uma provação até para os mais experientes. Os equipamentos, no entanto, foram os que sofreram mais e boa parte deles precisou de reparos para suportarem o domingo. Muitos também ficaram sem combustível e, se ninguém desse uma mão, era fim da linha.

Foi esse tipo de situação que pegou Lincoln Berrocal, o piloto mais velho entre as motos, que foi salvo pelos heróis do dia, Bruno Varela e Maykel Justo. Vítimas de quebra logo no início e bastante atrasados, Varela e Justo viram Berrocal e, sem saberem que ele era brasileiro, pararam para ajudar.

“Foi punk! Hoje foi o pior dia de todos, tanto que um monte de gente abandonou. Hoje senti o peso da idade!”, brinca. “Os primeiros 60 km de dunas foram muito difíceis e no fim fiquei sem combustível. Sorte que fui ajudado pelo Bruno Varela, que parou para me auxiliar sem saber que eu era brasileiro, senão teria dormido no mato”, relatou Berrocal, que foi o 83º do dia está em 89º no geral.

Antes disso, Varela e Justo ajudaram a desatolar o UTV de Cristian Baumgart e Beco Andreotti, que já vinham de pneu furado e correia quebrada pelo percurso. “Foram as dunas mais difíceis. Quebramos três correias e uma delas demorou mais de 20 minutos para trocar, além de um pneu furado e uma atolada, quando o Bruno Varela me salvou. Foi um dia completo. Não esperava que fosse mais difícil”, descreveu Andreotti. “Foi uma guerra! Pra mim e para outros foi o dia mais difícil de todos. Nossa toada está boa”, completou Cristian, décimo na tabela.

Por fim Marcos Baumgart/Kleber Cíncea tombou e perdeu muito tempo, mas conseguiu completar o domingo em 13º com ajuda de Varela e Justo na hora de desvirar o UTV. “Foi um perrengue. Tombamos em um rio seco. Foi uma prova dura e a gente podia ter saído da prova, mas deu certo”, confessou Marcos. “Teve uma parte onde um carro tombou e todo mundo que chegou tentou subir uma área menos íngreme. No nosso caso, tentamos, mas tombamos e perdemos muito tempo. Foi uma especial muito difícil com dunas muito altas e teve um waypoint na duna mais alta possível!”, comentou Cíncea. Os dois estão em nono no geral.

Heróis do dia, Varela e Justo foram 20º na etapa e estão em 21º no acumulado total. Mas isso foi o que menos importou. “Tudo começou quando a gente estava indo bem, passando vários carros fortes. Quebrei algumas coisas no carro dar uma pancada atravessando um cânion. Demos uma ajudada no Cristian e no Beco, que estavam atolado até a tampa. Depois, no fim, de noite, tudo escuro, vi um cara de moto de pé no meio de nada. Encostei, dei umas garrafas de combustível para ele e terminamos mais uma especial. O Dakar é assim, punk!”, diz Bruno. “A gente podia ter terminado muito bem, mas a pancada atrapalhou”, resumiu Justo.

Com ou sem ajuda, todos os brasileiros passaram por algum percalço. Brigando pelo título dos UTVs, Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin não escaparam incólumes. Depois de perderem tempo no primeiro way point, recuperado nos seguintes, Varela e Gugelmin tiveram dificuldades após terem errado o caminho na briga pela vitória, fechando o dia em sétimo e caíndo para terceiro no geral. “Foi um daqueles dias para esquecer, com duas correias quebradas e tempo perdido em um dos waypoints, mas amanhã é outro dia”, conta Reinaldo.”Estava indo bem, me empolguei e acabei errando feio. A gente tinha acabado de passar o russo e estava atrás do espanhol, me empolguei atrás dele e os dois pegaram o caminho errado. Na hora de voltar, escolhemos o caminho errado e perdemos muito”, completa Gugelmin, assumindo a culpa pelo tempo perdido.

Navegando para Miguel Jordão, Lourival Roldan foi nono no dia e estão em oitavo na tabela. A competição prossegue nesta segunda-feira e será realizada nos arredores de San Juan de Marcona mesmo, com um trecho de 387 km, sendo 323 cronometrados.

Resultado do dia UTVs:

1. C. Lopez/A. Quintanilla (CHI/Can-Am), 4h12min08s
2. G. Farres Guell/ D. Carreras (ESP/Can-Am), a 12min31s
3. C. Currie/R. Tornabell (EUA/ESP/Can-Am), a 16s56
7. R. Varela/G.Gugelmin (BRA/Can-Am), a 17min31s
9. M. Jordão/L. Roldan (POR/BRA/Can-Am), a 1h12min52s
11. C.Baumgart/B. Andreotti (BRA/Can-Am), a 1h31min22s
13. M. Baumgart/K. Cincea (BRA/Can-Am), a 1h38min21s
20. B. Varela/M. Justo (BRA/Can-Am), a 2h49min49s

Classificação geral UTVs:

1. G. Farres Guell/ D. Carreras (ESP/Can-Am), a 11min26s
2. S. Kariakin/A. Vlasiuk (RUS/BSP), a 16min56s
3. R. Varela/G.Gugelmin (BRA/Can-Am), a 17min31s
8. M. Jordão/L. Roldan (POR/BRA/Can-Am), a 2h49min19s
9. M. Baumgart/K. Cincea (BRA/Can-Am), a 3h01min58s
10. C.Baumgart/B. Andreotti (BRA/Can-Am), a 3h15min23s
21. B. Varela/M. Justo (BRA/Can-Am), a 22h28min54s

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